quinta-feira, 19 de novembro de 2009

PORTUGAL: Construtores e governos unidos para a produção de baterias

A Aliança Renault-Nissan, o CEA e o F.S.I. assinaram uma carta de intenções sobre a criação, em França, de uma joint-venture para o desenvolvimento e produção de baterias para veículos eléctricos
10-Nov-2009
A produção de baterias para veículos eléctricos é um passo determinante para tornar viável a efectiva comercialização daqueles veículosCom o alto patrocínio de Christian Estrosi, Ministro com o pelouro da Indústria, a Aliança Renault-Nissan, o Comissariado para a Energia Atómica (CEA) e o Fundo Estratégico de Investimento (FSI) assinaram uma carta de intenções que visa a criação de uma joint-venture que desenvolverá e produzirá baterias para veículos eléctricos, as quais serão fabricadas em fábricas situadas em França, Reino-Unido e Portugal, para equipar os veículos produzidos na Europa.
A Renault, a Nissan e o CEA deverão investir neste projecto e, ao mesmo tempo, contribuir com a sua experiência tecnológica bem como com as infra-estruturas. No quadro do contínuo apoio e das políticas de promoção da mobilidade zero emissões dos poderes públicos franceses, o FSI juntar-se-á a este projecto com uma contribuição de cerca de 125 milhões de euros. De forma a completar o necessário financiamento deste projecto, o Banco Europeu de Investimentos (BEI) aceitou estudar a possibilidade de conceder um empréstimo que poderá representar até 50% dos 280 milhões de euros dos valores totais de empréstimos necessários.
A joint-venture entre a Renault, a Nissan, o CEA e o FSI vai concentrar-se na pesquisa avançada, industrialização e reciclagem das baterias para veículos eléctricos e prevê iniciar a produção de baterias a partir de meio de 2012, na fábrica de Flins, situada a 30 quilómetros de Paris. A capacidade de produção estimada será de cerca de 100 000 baterias por ano e o investimento para a primeira fase deste projecto está estimado em 600 milhões de euros.
As baterias prometem substituir os combustíveis fósseis derivados do petróleo como principal fonte de energia para os automóveisAs baterias produzidas pela joint-venture poderão ser vendidas a qualquer outro construtor automóvel. A Aliança Renault-Nissan utilizará as suas fábricas europeias de baterias situadas em França, Reino-Unido e Portugal para equipar os seus veículos eléctricos produzidos na Europa. A Renault tem a intenção de utilizar as baterias produzidas na fábrica de Flins na sua própria gama de veículos eléctricos e, nomeadamente, para o futuro modelo eléctrico que o Zoe Z.E. Concept prefigura e que será, também, produzido na unidade de Flins. A joint-venture irá ainda desenvolver nesta unidade tecnologias de reciclagem de baterias, contribuindo também desta forma para o respeito dos princípios de desenvolvimento sustentável.
Christian Estrosi, ministro com o pelouro da Indústria, comentou este acordo: “O desenvolvimento do veículo eléctrico corresponde, para o governo, a um grande desafio em duas vertentes: para o desenvolvimento sustentável, e um desafio estratégico para a nossa indústria automóvel que deve assumir o veículo eléctrico para garantir a sua competitividade no futuro. O envolvimento do Estado neste projecto é a tradução de uma forte convicção: a ecologia não é inimiga da indústria em geral e da indústria automóvel em particular mas, ao contrário, é o seu futuro”.
Carlos GhosnCarlos Ghosn, responsável máximo pelo grupo Renault-Nissan, deixou igualmente a sua opinião: “Para que possa exprimir todo o seu potencial, a mobilidade «zero emissões» necessita de uma colaboração única entre os sectores público e privado. Devemo-nos congratular pela visão e pelo compromisso dos poderes públicos franceses, o CEA e o FSI, que investem, em conjunto com a Aliança Renault-Nissan, na mobilidade zero emissões”.
Bernard Bigot, administrador-geral do CEA, explicou o papel da organização neste processo : “Devido ao seu reconhecido know-how no domínio das energias de reduzidas emissões de carbono e nas tecnologias para o desenvolvimento sustentável, o CEA será um actor chave nos programas de I&D da joint-venture. Os nossos parceiros poderão contar com o apoio total das equipas de pesquisa do CEA para acompanhar a sua ambição de serem líderes do mercado do veículo eléctrico.”
Por sua vez, Gilles Michel, director-geral do FSI, falou da importância deste projecto para  a França: “Enquanto que, através do FMEA, o FSI contribui para a estabilização e reforço dos fabricantes de equipamentos para automóveis, mostra também, ao associar-se a este projecto de futuro para a indústria automóvel, que todo este sector pode ser um motor da futura competitividade do país”.

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