Diretor do projeto Challenge Bibendum, da Michelin, prevê que os veículos elétricos revolucionarão
www.segs.com.br - Fonte ou Autoria é : Vera Longuini
21-Out-2009
Responsável pelo rali rodoviário Challenge Bibendum, Jean Pierre Lamour, afirma que o empenho da indústria automobilística e o estímulo dos governos de diversos países acenam para uma tendência de crescimento de VEs no mercado mundial.
Ele estará em novembro no Brasil para participar do 6º Seminário e Exposição de Veículos Elétricos realizado pelo INEE - Instituto Nacional de Veículos Elétricos e pela ABVE - Associação Brasileira de Veículos Elétricos
Embora a bateria seja o principal problema dos Veículos Elétricos, as indústrias do setor farão grandes avanços e, em 10 anos, os VEs revolucionarão o mercado mundial. A previsão é do diretor do Challenge Bibendum - rali rodoviário criado pela Michelin para mostrar o empenho da indústria automobilística em favor de uma mobilidade sustentável -, Jean Pierre Lamour. O especialista em veículos não poluentes virá ao Brasil para participar do 6º Seminário e Exposição de Veículos Elétricos que será realizado no Espaço CPFL Cultura, em Campinas, interior de São Paulo, entre os dias 9 e 11 de novembro. Ele falará no dia 11, às 8h30, sobre o tema Veículos Elétricos no Challenge Bibendum.
De acordo com Lamour, os carros a bateria e híbridos já correspondem a uma fatia de 1% a 1,5% do mercado mundial. Sua previsão é a ocupação do mercado automobilístico por um percentual entre 10 a 15% (7 a 10 milhões de carros / ano) de VEs, o que já significará uma revolução se considerados os 100 anos de quase 100% da utilização dos carros à combustão.
"Os VEs são bem adaptados para usos especializados. As empresas de eletricidade, juntamente com os poderes públicos, estão trabalhando nas infraestruturas necessárias. Até mesmo algumas companhias de petróleo, como a Petrobrás, estão implementando estações de recarga. Muitos governos estão incentivando os clientes de e-car na medida em que eles estão contribuindo para melhorar a qualidade de vida para todos, principalmente nas zonas densamente povoadas. Os incentivos vêm de subsídios e de reduções fiscais e do acesso exclusivo aos centros urbanos para veículos com emissões zero", enumera.
Para ele, a indústria automobilística já reconhece a necessidade de energias alternativas e a tendência, segundo ele, é de crescimento do número de veículos elétricos no mercado. "Os veículos elétricos já despertavam interesse nas décadas de 1970 e 1990, mas nunca tivemos tantos participantes envolvidos. Hoje, todos os fabricantes têm, em seus planos de produção, veículos elétricos a bateria e/ou carros híbridos (carros elétricos com gerador a bordo). Muitas empresas recém-chegadas no mercado aproveitam a oportunidade para aderir à indústria automobilística de carros elétricos e inúmeras associações e empresas de energia elétrica estão fazendo lobby para acelerar o processo. É a primeira vez que vemos tantos governos ao redor do mundo apoiando financeiramente o desenvolvimento das baterias e carros elétricos", diz.
Uso específico
Lamour destaca que não se trata da substituição de todos os carros a gasolina por elétricos. Desta forma, sugere que a prioridade deve ser para o desenvolvimento de uma oferta de produto muito atraente e bem adaptada às condições de serviços específicas: viagens relativamente curtas, passeios urbanos e veículos de entrega, juntamente com alguns carros de luxo, já que a emoção desempenha um importante papel no mercado automobilístico.
Além disso, nos países desenvolvidos, as empresas de serviços estão criando novos modelos de negócios para fornecer aos usuários os veículos concebidos para utilizações específicas por meio do compartilhamento de carros ("car sharing"), e dos sistemas de "leasing", dando preferência para uso otimizado de um carro ao invés de sua propriedade.
Baterias
Para o diretor da Michelin a acumulação de energia nos VEs é - e deve continuar sendo - o problema destes automóveis. No entanto, ele destaca que parte do problema é a constante comparação com o combustível convencional, que, embora apresente uma densidade energética muito alta e, portanto, uma fácil acumulação, tem também seus inconvenientes se comparado à eletricidade.
O principal problema das baterias (peso e custo) depende da quantidade de energia que se pretende acumular com relação à distância do deslocamento entre duas recargas. Mas ele acredita que, em vista dos estímulos para a indústria de baterias para veículos elétricos vem recebendo, haverá grande progresso para se avançar os limites desse problema.
Lamour lembra que, mesmo hoje, já existem diversas formas de uso do carro elétrico com consumo entre 10 ou 15 kWh (com autonomia de 70 a 100 km) ou com uma menor quantidade de kWh no caso dos carros híbridos. "Temos que pensar que a infraestrutura rodoviária é organizada e que a nossa mente está formatada para carros à gasolina, pois não queremos parar para reabastecer a cada 100km. Por outro lado, temos que considerar que a eletricidade está disponível em quase toda parte e que muitas viagens são por distâncias curtas, inferiores a 50 km. Com a disponibilidade de uma infraestrutura de rede elétrica inteligente (smart grid) para os usuários, a parte principal do problema atual da bateria estaria resolvido, pois, assim como fazemos com os telefones celulares, bastará recarregar as baterias para voltar a utilizá-los quando a carga estiver baixa. É por isso que a contribuição dos fornecedores de eletricidade é também muito importante. Além disso, as baterias poderão continuar sendo um problema dos VEs, mas este é o único e, por isso, precisamos olhar para as outras vantagens que eles apresentam", recomenda.
O diretor da Michelin aproveita para divulgar a 10ª edição Challenge Bibendum que será realizada no Brasil, no Rio de Janeiro, em 2010. Pela primeira vez na América do Sul, o evento está agendado para o período de 30 de maio e 2 de junho no circuito de Jacarepaguá e no centro de exposições Rio Centro. O Challenge Bibendum reunirá empresários, acadêmicos, pesquisadores e representantes da indústria automobilística do mundo inteiro.
Sobre o seminário
O seminário terá tradução simultânea português-inglês, pois contará com a presença de especialistas internacionais no setor de veículos elétricos, como o diretor executivo da Electric Mobility Canadá, que como Key Note Speaker, falará sobre as ações da Associação Canadense de Veículos Elétricos, criada para promover o uso desses automóveis naquele país.
Para a discussão sobre a relação dos VEs e as concessionárias elétricas do Brasil foram convidados Paulo Cezar Tavares, vice-presidente de Gestão de Energia da CPFL Energia; Carlos Alberto Affonso, diretor administrativo-financeiro da UTENF; José Luiz Alquéres, presidente da LIGHT; Antonio Otelo Cardoso, diretor técnico executivo da Itaipu Binacional, e o presidente do Conselho Diretor da ABRADEE, Firmino Ferreira Sampaio, que coordenará o painel dedicado a esse tema.
Sobre a contribuição dos VEs para a redução das emissões urbanas e gases de efeito-estufa (painel Veículos elétricos: meio ambiente e responsabilidade social) deverão participar das discussões um dos fundadores da ABVE e seu primeiro presidente, Antonio Nunes Júnior; o chefe do Laboratório de Poluição Atmosférica e professor de Patologia da USP - Universidade de São Paulo, Paulo Hilário Nascimento Saldiva, e a diretora da ELETRA e da METRA, Maria Beatriz Setti Braga.
Sobre o tema Veículos elétricos e as montadoras brasileiras deverão participar dos
debates o gerente do departamento de Indústria Pesada do BNDES, Paulo Castor de Castro; o diretor de Desenvolvimento da FIAT, Carlos Eugênio Fonseca Dutra. E, para as discussões sobre os "novos atores brasileiros" desse mercado foram convidados o gerente da ABDI - Agência Brasileira do Desenvolvimento Industrial, Roberto dos Reis Alvarez; o presidente da Tutto Trasporti, Agenor Boff; o gerente da WEG Automação, Valter Luiz Knihs; e o diretor executivo da Zeppini, Paulo Rogério Fernandes.
Sobre a exposição e o workshop
Instalada em um espaço de 524 metros quadrados, a exposição reunirá exemplos de veículos elétricos, bem como de componentes e serviços. A exposição será aberta ao público a partir das 12h do dia 9 de novembro.
O 1º Workshop de Tecnologias de Veículos Elétricos acontecerá dia 9 de novembro, das 8h às 18h. A abertura dos trabalhos reunirá o coordenador da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia - SETEC/MCT, Eduardo Soriano Lousada; o diretor da EPE (Empresa de Pesquisa de Energética), Amilcar Gonçalves Guerreiro; o presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Junior; e o diretor geral do INEE e presidente do Conselho Diretor da ABVE, Jayme Buarque de Hollanda.
Durante todo o dia os profissionais discutirão questões do desenvolvimento tecnológico e as implicações dos veículos elétricos nas pesquisas e no ensino. Entre os temas estão os desafios para a política científico-tecnológica relacionada aos veículos elétricos, a acumulação de energia neste tipo de veículo e os motores e controles dos VEs.
Serviço
VE2009 - 6º Seminário e Exposição de Veículos Elétricos e 1º Workshop de Tecnologias de Veículos Elétricos
Data: de 9 a 11 de novembro
Horário: 8h30 às 18h
Endereço: Espaço CPFL Cultura (Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1632, Chácara Primavera), em Campinas, São Paulo, Brasil
Informações: telefone (21) 2532-1389, site www.ve.org.br ou pelos e-mails inee@inee.org.brEste endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email e abve@abve.org.brEste endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
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